Vejo um quarto, iluminado por um candeeiro de cabeceira. Na janela desse mesmo buraco social, encontro-me a fumar um cigarro, suspirando, com uma caneta na mão direita, um caderno aberto a meio, um copo de Porto, lágrimas a salgar o meu vinho, e a tal janela em constante movimento preso nela e a interrogar-me infinitamente:- serei eu louco ou saudavelmente diferente dos outros ao encarar a vida tão negativamente?
Vejo uma sala com uma lareira que ilumina não apenas a divisão, mas tambem o casal que espera, não somente com o calor do fogo mas ao mesmo tempo com o calor do seu amor, um filho. Ele sentado no sofá, e Ela deitada no seu regaço sendo acariciada na face fria mas corada, ambos a trocarem palavras de paixão noviço naquelas quatro paredes, nuas, escondidas e vestidas por uma estante com livros, bibelôs, fotografias, DVDs, e ácaros; com um aparador suportando uma televisão; com uns jarrões; e quadros abstractos. Ele e Ela não tem interrogações, apenas exclamações com as quais sem palavras pontuam o seu amor!
Sentado na secretária, com a mão esquerda sobre a cabeça, largo a caneta que nunca me deu respostas e pego naquela fria e palida pistola, que disparara uma exclamação...Aponto-a a cabeça...
...De súbito Ele desperta em sobressalte com as brasas na lareira e com o som vindo, da escura sala, de gemidos alegres Dela. Nervoso e feliz pega nela, e no futuro filho, com a mão direita e com a mão esquerda a mala, entra no elevador e ouvindo o sofrimento Dela, acompanhado pela música de fundo "Stairway to heaven"...
...Carrego a arma e sempre a olhar para...
...Ela, às zero horas do dia 1 de Janeiro ouve-se...
...O inicio...da vida...
...Para Ele...Para Ela...
...Para...Mim!?
ohhh meu nao podes ouvir tanto cradle of filth!
ResponderEliminarAbraço
João
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