Ao som solene de flautas, trompetes e de tropas os gladiadores entravam na arena com fervor daquele povo com sede insaciável de sangue. Quando um gladiador vacilava, apoderava-se do público um entusiasmo terrível. Na maioria dos casos, o vencido estava apenas esgotado, não incapaz de lutar, depunha as suas armas, e deitado de costas erguia a mão esquerda implorando piedade. Se este tivesse saciado a sede Romana por sangue o povo deixava-o ir-se embora, gritando "-Mitte!" (Manda-o embora), e assim o Imperador levatando o polegar poupava a morte do guerreiro-escravo. Se o combate não fosse satisfatório aos olhos daquela multidão o Imperador ordenava tranquilamente, com o polegar virado para baixo "-Ingula!" (Degola). E assim mais um corpo era arrastado da arena machada de sangue...que saciara a plateia.
À noite, para terminar a festa, o Imperador de Roma oferecia caçadas. Na arena era construído um cenário espectacular composto por rochedos e árvores, que imitavam a natureza no seu estado mais belo..."Selvagem", que proporcionava esconderijos. As feras como leões, tigres, e ursos eram trazidos das suas jaulas nos subterrâneos e largadas na arena. E assim começava a barbaria entre as feras "animais" e as feras "Humanas". Por vezes, os gladiadores reforçavam a atracção, enfrentado heroicamente e ferozmente o animal com as mãos vazias, simplesmente com um manto para cegar a fera perspicaz e agir. Podiam refugiar-se por detrás de tabiques giratórios ou debaixo de cestos redondos, guarnecidos de picos. Em 80 d.C. Trajano inaugurou o Coliseu e só nesse dia morreram 500 animais.
Os gladiadores vencedores eram recompensados com grandes oferendas: pratos de prata, moedas de ouro, etc... com os quais saía da arena sobre as aclamações da multidão. Alguns, após várias vitórias, gozavam duma popularidade imensa e graças a essas vitórias conseguiam acumular fortunas. Se terminassem o contracto sem terem sofrido qualquer derrota, recebiam um Glaudius (espada romana) de madeira, que era um objecto tão simples mas que simbolizava um direito muito aguardado e pretendido..."A LIBERDADE". Mas agora pergunto, valeria algo estas recompensas? Para uns a liberdade era a recompensa mais cobiçada, mas para outros as recompensas mais queridas eram as riquezas e a glória de ser o "maior". Havia quem achasse a vida dos gladiadores fascinante, a tal ponto que existiram gladiadores voluntários, chegando mesmo ao ponto do próprio Imperador Romano chocar Roma ao lutar na arena, o caso de Cómodo.
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